Por que a igreja em Antioquia enviou Paulo e Barnabé a Jerusalém? Seria esta superior àquela? De modo nenhum. Cada igreja local é autônoma. Quando a igreja em Antioquia enviou missionários, não consultou a igreja em Jerusalém. Mas era mister evitar que as igrejas se dividissem:
Antioquia pregando uma coisa, e Jerusalém, outra. Só existe um evangelho (Gl 1.8), o evangelho da graça, sem mistura alguma com a lei. Pedro e Tiago pensariam como Paulo ou como os judaizantes? A. T. Robertson comenta: “Paulo faria um esforço para esclarecer, os apóstolos e a todos os interessados, que ele não fora a Jerusalém para receber ordens de quem quer fosse. Fora apenas discorrer com eles, como igual, sobre essa grande questão da liberdade dos gentios nas igrejas”.A igreja em Jerusalém (15.4), com os
apóstolos e os anciãos, reuniu-se para ouvir Paulo e Barnabé. Estes relataram
como Deus os usara na conversão dos gentios, sem nenhuma observância da lei
mosaica. Mas alguns ex-fariseu “insurgiram-se” (At 15.5), verbo que mostra sua
veemência. A tese destes era: “É necessário circuncidá-los e determina-lhes que
observem a lei de Moisés”. O debate esquentou. Então, para almoçar ou para
esfriar os ânimos, Tiago, que presidia a reunião, suspendeu-a momentaneamente.
Houve então uma reunião particular entre “os apóstolos e os presbíteros” (15.6). Apraz-nos pensar que Paulo, querendo evitar a interferência dos fariseus, solicitou essa segunda reunião, que envolveria somente os apóstolos e os presbíteros, a fim de a questão ser mais bem examinada. Então Paulo expôs “o seu evangelho” (Gl 2.2), que pregava entre os gentios, a Tiago, Cefas e João, “colunas” da igreja em Jerusalém (Gl 2.6). Estes nada acrescentaram a Paulo, não achando defeito em sua mensagem. Paulo escreveu a respeito: “[...] quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e
João, que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a
Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que fôssemos para os gentios e eles para
a circuncisão” (Gl 2.9).
Mas o trecho de gálatas 2.4 leva-nos a
crer que, entre os presbíteros, alguns inclinaram-se para a causa dos fariseus,
talvez por motivo de medo. Paulo, opondo-se aos tais, chamou-os de “falsos
irmãos”, ladrões da liberdade que o crente desfruta em Cristo. A dificuldade
nasceu da presença de Tito, um crente grego. Talvez fosse de bom alvitre
circuncidar a Tito, contemporizando assim com os fariseus. Mas Paulo opôs-se
terminantemente (veja Gl 2.3). E mais tarde testificou: “[...] nem ainda por
uma hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho permanecesse entre
vós” (Gl 2.5).
ROBERTSON, Archibald T. Épocas na vida de Paulo, p. 126.
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M. Rocha