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"Não basta fazer coisas boas. É preciso fazê-las bem.!"

13/05/2009

Geral : Ossétia do Sul – A origem, o que temos haver com eles?

Quando vemos os meios de comunicações divulgarem os conflitos da Geórgia, não compreendemos por que micro-nações guerreiam tanto, de fato, o Velho Mundo possui muitas nacionalidades que estão anexadas em territórios, recentemente vimos à Iugoslávia (Pouco maior que o estado do Pernambuco) se fragmentar em sete países: Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovênia, Kosovo, Macedônia, Montenegro, Sérvia. Nos finais da guerra fria, a União Soviética se desfragmentou em quinze nações: Armênia, Azerbaijão, Bielo-Russia, Cazaquistão, Estônia, Geórgia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Quirquistão, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Usbequistão. Além desses fatos citados, há muitos outros que poderíamos citar. Porém a desintegração da União Soviética não resolveu o problema num todo, por que dentro desses territórios existem minorias, inclusive a Moldávia que se configura como o menor território independente da ex-União Soviética, possui duas regiões autônomas, cujos habitantes se negam a aceitar como moldavos, além dos conflitos com a vizinha Romênia, que reivindica a anexação deste território.

A Republica da Geórgia é menor que o estado brasileiro de Santa Catarina, porém neste pequeno país existem duas regiões separatistas, Abecásia e a Ossétia do Sul, além disso, possui a região autônoma de Ajária. A Abecásia é o segundo maior território (atrás apenas da província de Kakheti), declarou sua independência em 23 de julho de 1992, porém é considerada internacionalmente como parte da Geórgia, embora o governo de Tbilisi não exerça o controle da região, que possui metade da fronteira com o mar Negro georgino. Já a Ossétia do Sul não equivale a nenhum território ou província georgino, o antigo território da Ossétia fora dividido em dois quando foi anexado pela União soviética, quando a Geórgia se desintegrou ocupou também a parte sul da antiga Ossétia, agora dividida em Ossétia do Norte (na Rússia) e Ossétia do Sul (na Geórgia). Porém ao se apossar do território osseta, os georgianos dividiram-no pela maior parte na província de Shida Kartli, e uma pequenina parte para a provincia de Rancha-Lechkhumi e Knemo Svaneti, e a menor para Imereti. Porém quando a Geórgia proclamou a independência da União Soviética em 9 de Abril de 1991, a Ossétia do Sul proclamara em 28 de Novembro daquele mesmo ano, embora não teria sido reconhecido por nenhum país até o presente momento.

Afinal, do conflito no Cáucaso sabemos, mas quem são os ossetas? E o que desejam? Anseiam separarem-se da Geórgia e se constituir uma nação independente.

Os ossetas são remanescentes dos alanos e falam uma única língua: osseta. Diante dessa circunstância forço-me a origem dos alanos. Do ponto de vista bíblico, as nações se originaram da confusão em torno de Babel, Dalí veio à confusão das línguas e a dispersão dos povos, ao longo, e, diga-se de passagem, na maior parte da história mundial os povos da América, sul da África e da Oceania estiveram desconectados, é somente na história recente que houve a integração dos povos. As extensas maiorias dos estudos acerca da origem da diversidade dos povos e da diversidade de idiomas apontam para o surgimento de uma civilização original, uma língua original, que teria surgido possivelmente nas regiões do Cáucaso, exatamente onde se encontra Geórgia, Armênia e Azerbaijão, e obviamente a Ossétia do Sul. O Cáucaso situa-se pouco ao norte da Babilônia, numa região bastante extratégica, por isso estas três nações independentes são parte de um grupo transcontinental, ora pertencendo a Europa, ora pertencendo a Ásia. Mas, se observarmos de um mapa, o Cáucaso favorece a migração dos povos, tanto para a Europa, África e Ásia e daí para a América e Oceania.

Os alanos surgiram ao nordeste do Cáucaso, entre o Rio Don que deságua no mar de Azov ligado ao Mar Negro pelo estreito de Kerch, e entre o Mar Cáspio, e de lá migraram para toda Europa. Em 306 os hunos destruíram seu território e os obrigaram a atravessar a Europa até chegarem a Península Ibérica e junto com os suevos e vândalos ocuparam a Hispânia. Os alanos que permaneceram no nordeste do Cáucaso passaram a se designar Tártaros e ocupam principalmente a República Autônoma da Tartária pertencente a Rússia, em 21 de Março de 1992 os tártaros aprovaram sua soberania no voto, embora não anseiam separar-se dos russos. Os alanos que foram para a Península Ibérica fundaram a Lusitânia, em Pax Julia, hoje, cidade portuguesa de Beja, mas em 418 os alanos foram forçados a migrarem para o norte da África e lá fundaram o Reino dos Vândalos e dos Alanos até quando foram anexados pelo Império Bizantino.

Durante o século VIII, a Alânia formou-se um reinado, mas com a derrota para os bizâncios acabaram se aliando com vários governantes bizantinos e georgianos, mas as freqüentes invasões mongóis forçaram alguns alanos a migrarem para o sul do Cáucaso, estes adquiriram a designação de ossetas. Ali mesclaram com grupos nativos e formaram três identidades territoriais diferentes. Os ossetas atuais estão divididos entre a Rússia e a Geórgia (Ossétia do Norte e Ossétia do Sul), uma minoria osseta está na Chechênia, que também tem sido alvo de ataques separatistas, não por parte do grupo osseta, mas pelos chechenos, outro grupo distinto. A língua osseta descende do iraniano, o que distingue que os alanos descendem dos sármatas, do qual já falaremos.

O osseta moderno está dividido em dois dialetos: o digor falado na parte ocidental da Ossétia do Norte, e o iron falado no restante da Ossétia, os ossetas foram cristianizados pelos bizantinos e posteriormente pertenceram ao islã pela influencia dos cabardianos (uma tribo circassiana oriental), uma forte re-cristianização foi iniciado quando os ossetas aceitaram a soberania russa, a partir de 1802.~

Como falamos anteriormente, os alanos se dividiram em muitos povos, dentre eles os ossetas, mas os alanos também descendiam de um povo, os sármatas, cuja língua iraniana progenitora do osseta. De acordo com Heródoto os sármatas descendem de um bando de jovens citas e de um grupo de amazonas, Hipócrates classificou-os como citas. No século III a.C. devido as invasões hunas e góticas os sármatas (ou citas) foram expulsos de seu território no sul da atual Ucrânia. Os sármatas foram divididos em duas tribos: Taiphali e Alanos.

Os sármatas também foram mencionados na Bíblia, no capítulo 38 do livro de Ezequiel, representada pelo nome hebraico de Magogue, o historiador Flávio Josefo disse posteriormente que os magoguitas eram chamados de citas pelos gregos. Nesse caso, deve-se lembrar que Citas e Sármatas são a mesma coisa, e que Alanos são descendentes de Citas, e Ossetas descendentes de Alanos. Como percebemos os magoguitas se espalharam por toda Eurásia, e se estenderam até o norte da África.

Para compreendermos a luz da evolução bíblica a origem dos ossetas, Magoque que seria o pai dos citas (magoguitas) era o segundo filho de Jafé, que era filho de Noé. Os filhos de Jafé eram Gomer, Magogue, Madai, Java, Tubal, Meseque e Tiras. De acordo com Flávio Josefo os gregos descendiam de Java, eis a razão por que os Hebreus os denominavam de Jônios. Há quem defenda que os descendentes de Jafé migraram para Europa, os descendentes de Cam para o Norte de África e os judeus e árabes seriam os descendentes de árabes, ficando os povos do América, Oceania, Sul da África e oriente da Ásia na obscuridade.

De fato, a Bíblia narra o surgimento de uma civilização a partir de Magogue, tal como os hebreus descendem de Abraão, ou de Eber, que dá nome aos Hebreus. (eis a descendência dos hebreus até o nascimento de Abraão: Noé, Sem, Arfaxade, Selá, Eber, Pelegue, Réu, Serugue, Naor, Terá, Abraão), do dilúvio ao nascimento de Abraão teria um percurso de cerca de 400 anos, o que indica que embora Jafé tenha sido o caçulo de Noé e que Magogue seja o segundo filho de Jafé, implica, porém que os magoguitas surgiram antes dos israelitas.

Vale ressaltar que os ossetas não são os únicos descendentes dos magoguitas, assim como os árabes acabariam descendendo de Abraão. Os magoguitas, porém se espalharam por toda Europa e conforme vimos chegaram a fundar reinos distantes, e agora ficaria uma pergunta, o que nós brasileiros temos haver com os magoguitas? Embora este não seja um estudo aprofundado, todavia, torna-se um instrumento de pesquisa para quem quer que interesse, vale lembrar que os lusitanos descendem dos alanos, assim como os ossetas. Posteriormente as influencias romanas, fariam da Lusitânia uma nação latina, os portugueses são, portanto, sem via de dúvidas, descendentes de Magogue, e como colonizadores do Brasil, somos, portanto parte desta descendência, ainda que pela diversidade de nacionalidades constituidoras do povo brasileiro, e que obviamente descendemos de todos os progenitores bíblicos da raça humana, mas teremos ligado a nossa história, a nossa constituição, magoguinos cristianizados. Já recebemos a descendência quando Portugal havia sofrido esta transformação.

Olhamos, porém, mais uma vez para a questão osseta, é um povo em busca de autonomia, os georgianos são um povo que conquistaram esta autonomia no inicio da década passada, mas o conflito entre estes povos perduram desde os primórdios. Desde que os ossetas, se viram obrigados a migrarem para o sul do Cáucaso por causa das invasões mongóis. O certo que no Cáucaso há uma várias identidades nacionais distintas, e que a separação ocorrida durante a derrocada da União Soviética, suprimiu os interesses de minorias e elevou o interesse de povos maiores, particularmente sou a favor da causa osseta, afinal, são um povo, possuem identidade própria, língua própria e estão num território onde são maioria, enquanto o governo georgiano tenta reprimir o interesse osseta, desde o instante que além de não reconhecer a independência terá aniquilado a Ossétia do Sul e criado províncias dividindo o território. A Ossétia do Norte não procurou a independência por que se encontram ‘amistosamente’ anexado a Rússia, onde continuam noslimites da República Autônoma da Ossétia do Norte-Alânia. Já os ossetas do sul, que inicialmente com ajuda da Rússia impuseram aos georgianos um cessar-fogo, e que assim permitiram criar uma espécie de estado independente que não é reconhecido por ninguém.

O que está em jogo no Cáucaso? As imensas reservas gasíferas e petrolíferas do mar Cáspio aumentam a estratégia do Cáucaso no jogo entre Estados unidos e Rússia. O Azerbaijão é uma potencia emergente graças as suas riquezas de hidrocarbonetos e que junto com a Geórgia se aproximaram dos países ocidentais. O Azerbaijão é mulçumano e turcófono, tem extreitas relações com a Turquia, pilar desse tipo de contato para a Aliança Atlântica. Os russos denunciam o que denominam de “cerco” a Moscou, contra ataca movendo-se conta a Geórgia e o Azerbaijão, apoiando o Azerbaijão no conflito Nagorno-Karabkh, a Republica independente dentro do Azerbaijão desde 1994. Este enclave armênio dentro do Azerbaijão ainda permanece com o futuro incerto, e agora, diante da problemática das grandes nações, situa-se os ossetas, apoiados pelos russos para se constituírem nação independente, resta saber, se os georgianos, enfim, deixarem a rivalidade histórica e permitirem a independência da Ossétia do Sul, será a vez da Abecásia entrar para o conflito pelos interesses das potências mundiais
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Weberson Fernandes Grizoste
«Licenciado em Letras inglesa e portuguesa pela Universidade do Estado de Mato Grosso e Mestrando em Poética e Hermenêutica pela Universidade de Coimbra»
webersongrizoste@hotmail.com

www.plenitudenet.com

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M. Rocha