04/03/2011
“AS BODAS DO CORDEIRO”
"pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome". (At 9.16)
- Muitos trabalhos
- Muitas prisões
- Açoites sem medidas
- Perigos de morte
- Trinta e nove chicotadas em cinco ocasiões
- Três pisas com vara
- Um apedrejamento
- Três naufrágios
- 24 hs boiando no mar
- Muitas jornadas
- Perigos de ladrões
- Perigos de rios
- Perigos de perseguições por judeus e não-judeus
- Perigos na cidade
- Perigos nos desertos
- Perigos em alto mar
- Perigos entre os falsos irmãos
- Muitos trabalhos e canseiras
- Muitas noites sem dormir
- Fome e sede muitas vêzes
- Falta de casa, comida e roupa
01/03/2011
Eclesiásticas
O livro de Eclesiastes faz parte dos livros poéticos e sapienciais do Antigo Testamento da Bíblia cristã e judaica, vem depois do Livro dos Provérbios e antes de Cântico dos Cânticos[1][2]. O Livro tem seu nome emprestado da Septuaginta, e na Bíblia hebraica é chamado Kohelet(קהלת). Embora tenha seu significado considerado como incerto, a palavra tem sido traduzida para o português como pregador ou preletor. Faz parte dos escritos atribuídos tradicionalmente ao Rei Salomão, por narrar fatos que coincidiriam com aqueles de sua vida.
Por outro lado, Bíblia de Jerusalém sustenta que a atribuição a Salomão não passa de mera ficção literária do autor, a linguagem do livro, e sua doutrina, permitem concluir que foi escrito após o Exílio na Babilônia[3].
Muitos questionam a unicidade do autor, e defendido que foi escrito por duas, três, quatro e até oito mãos distintas[3].
O principal tema do livro é a vaidade das coisas humanas, dando a lição de desapego dos bens terrestres, negando a felicidade dos ricos e preparando o povo para entender que "bem-aventurados são os pobres" (Lc 6, 20)[4].
Por sua vez, a Edição Pastoral da Bíblia sustenta que trata-se de um livro profundamente crítico, lúcido e realista sobre a condição do povo, por volta do século III AC, quando a Palestina era então colônia da dinastia macedônica dos Ptolomeus, ao qual devia pagar pesados tributos, que eram arrecadados pela família dos Tobíadas, que controlava o comércio, a economia e a política interna[5].
O autor escreveu durante esse tempo de exploração interna e externa, que não deixava esperanças de futuro melhor para o povo. Num mundo sem horizontes, ele fez um balanço sobre a condição humana, buscando apaixonadamente uma perspectiva de realização[5].
Para ensinar os caminhos para realizar a vida e a felicidade, o autor desmonta as ilusões que um determinado sistema de sociedade apresenta como ideal (riqueza, poder, ciência, prazeres, status social, trabalho para enriquecer etc.) e coloca uma pergunta fundamental: «Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol?» (1,3)[5].
Em vez de cair no desespero, o autor descobre duas grandes perspectivas: Primeiro, descobre Deus como Senhor absoluto do mundo e da história, devolvendo a Deus a realidade de ser Deus. Depois, descobre o Deus sempre presente, fazendo o dom concreto da vida para o homem, a cada instante e continuamente. Isso leva o homem a descobrir que a própria realização é viver intensamente o momento presente, percebendo-o como lugar de relação com o Deus que dá a vida. Intensamente vivido, o momento presente se torna experiência da eternidade, saciando a sede que o homem tem da vida. Todavia, para que se possa de fato viver o presente é preciso usufruir o fruto do próprio trabalho (2,10; 2,24; 3,13.22; 5,18-20; 9,9)[5].
O Eclesiastes ou Coélet denuncia portanto as conseqüências de uma estrutura social injusta. O povo não tem presente, quando é impedido de usufruir do fruto do próprio trabalho. Conseqüentemente, fica sem vida, que lhe foi roubada não por esta ou aquela pessoa, mas por todo um sistema social dependente que, para privilegiar uma minoria, acaba espoliando a nação inteira. E aqui, o autor mostra que isso se trata, em primeiro lugar, de um pecado teológico: Deus dá a vida para todos; se ela é roubada, o roubo é um desvio na própria fonte da vida[5].
O Eclesiastes é convite para destruir e construir. Destruir uma falsa concepção a respeito de Deus e da vida, muitas vezes justificada por concepções teológicas profundamente arraigadas. Depois, construir uma nova concepção de vida, que é dom gratuito de Deus, para que todos a partilhem com justiça e fraternidade. Só então todos poderão ter acesso à felicidade, que consiste em usufruir a vida presente que, intensamente vivida, é a própria eternidade[5].
Cântico dos Cânticos
De acordo com o título em 1.1, o cântico dos cânticos foi escrito por Salomão, filho do Rei Davi. Pode-se dizer que é "de Salomão", pois a expressão hebraica "de Salomão"(1.1) pode ser traduzida "de" Salomão (como o seu autor) ou "para Salomão (como a pessoa à qual o livro é dedicado). A opinião tradicional entre judeus é a de que Salomão foi o seu autor (Cf. 1Rs.4.32), para os católicos este livro pertence ao agrupamento dos Sapienciais, que condensam a sabedoria infundida por Deus no povo de Israel, como pertence ao grupo dos sapienciais recebe como autor a figura simbólica de Salomão, o modelo da sabedoria em Israel, tem sua escrita estimada por volta do ano 400 a.C, e constitui-se de uma coletânea de hinos núpcias.
Segundo a Edição Pastoral da Bíblia, o livro é uma coleção de cantos populares de amor, usados talvez em festas de casamento, em que noivo e noiva eram chamados de rei e rainha, que foram reunidos, formando uma espécie de drama poético, e atribuídos ao rei Salomão, reconhecido em Israel como patrono da literatura sapiencial. A forma final do livro, remonta ao século V ou IV AC[1].
A Tradução Ecumênica da Bíblia sustenta que seu autor certamente não é Salomão[4].Cânticos dos Cânticos é um livro curto com apenas oito capítulos. Apesar de sua brevidade, apresenta uma estrutura complexa que, por vezes, pode confundir o Leitor. Diferentes personagens têm voz, ou falam, nesse poema lírico. Em muitas traduções da Bíblia,[2][3] esses emissores alternam sua fala de modo inesperado, sem indicação ao leitor, dificultando, assim, sua leitura. Algumas versões, como a Almeida Revista e Atualizada e a Bíblia de Jerusalém, eliminam o problema com a indicação de quem está falando.
Os três participantes principais do poema são: (1) o noivo, o Rei (1,4.12)[5] Salomão, isto é, "o Pacífico" (3,7.9)[5]; (2); a noiva, mulher mencionada como "Sulamita" (6.13), a Pacificada[5], aquela que encontro a paz (8,10)[5]; e as "filhas de Jerusalém"(2.7). Tais mulheres devem ter sido escravas da realeza que serviam como criadas da noiva do rei Salomão. No poema, servem como coro para ecoar os sentimentos da Sulamita, enfatizando seu amor e afeição pelo noivo.
Além dos personagens principais, são mencionados os irmãos da Sulamita (8.8-9), que devem ter sido seus meio-irmãos. O poema indica que ela trabalhava, por ordem dos irmãos, como "guarda de vinhas" (1.6).
Essa canção de amor divide-se praticamente em duas seções principais com mais ou menos o mesmo tamanho. O início do Amor (Cap.1-4) e seu Amadurecimento (cap.5-8).
Por ser um poema escrito em uma linguagem considerada sensual, sua validade como texto bíblico já foi questionado ao longo dos tempos. O poema fala do amor entre o noivo e sua noiva. O nome de Deus só aparece nele de forma abreviada, em 8,6, "uma chama de Iah(weh)"[6].
A interpretação alegórica, segundo a qual o amor de Deus por Israel e o do povo por seu Deus são representados como as relações entre dois esposos, tornou-se comum entre os judeus a partir do séc. II DC, tal interpretação tem paralelo no tema da alegria nupcial que os profetas desenvolveram a partir de Oséias[5].
Orígenes seguia essa mesma linha, mas via as núpcias de Cristo com a Igreja, ou a união mística da alma com Deus[5], São João da Cruz teria o mesmo entendimento[7].
O poeta parece retomar a linguagem profética da aliança, como na expressão "procurar, encontrar" (3:1-2), além disso, a obra teria contatos com o Salmo 45[5].
Outros exegetas entendem que o livro celebra o amor mútuo e fiel, que sela o matrimônio abençoado por Deus[8].