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"Não basta fazer coisas boas. É preciso fazê-las bem.!"

28/02/2012

Líder de seita é acusado de oferecer cura de doenças.

Bertoni, de 85 anos, é líder da seita Apostólica, que tem mais de 200 sedes pelo Brasil e 25 mil seguidores. Os fiéis o veneram e acreditam que ela seja um enviado de Deus.
Mas essa devoção pode ter um fim. Mulheres tomaram coragem e resolveram denunciar Aldo.
O homem é acusado de se aproveitar da fé e do desespero para cometer abusos sexuais. As vítimas dizem que ele até oferecia a cura de doenças em troca de sexo.
O Ministério Público acompanha os passos do líder da Apostólica há dois anos. Os promotores vão apresentar nos próximos dias aos tribunais a denúncia e ele será enquadrado no crime de violação sexual mediante fraude.

A equipe da Record acompanhou o homem. Os encontros foram acompanhados pela reportagem, que ouviu as vítimas e as autoridades. O prédio fica no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo. Lá funciona a matriz da seita chamada de apostólica, que reúne outros duzentos templos pelo Brasil e 25 mil seguidores.
Aldo construiu uma pequena fortaleza, vigiada 24 horas. Ele não conduz as cerimônias e aparece apenas para ser venerado. É a adoração de quem crê estar diante de um profeta, um vidente, uma divindade. As músicas cantadas no encontro servem para exaltar o próprio Aldo.
E é justamente essa devoção que ajuda a entender o que aconteceu a algumas mulheres ouvidas pela reportagem. Uma delas, que preferiu não se identificar, disse que foi falar com ele, “pedir a oração, pedir ajuda pra ele, pra pedir pelo meu marido, ai ele falou que “não”.
- Falou assim pra mim: “não, deixa ele morrer que aí pelo menos você fica pra mim”.
Com Claudete, o drama foi outro. Desesperada com a doença grave da filha pequena, procurou Aldo Bertoni em 2008.
- Eu queria falar com ele pra pedir oração, acreditava que ele podia interceder por nós.
Ela diz que entrou em uma sala pequena usada só para as reuniões particulares. Aldo, então, trancou a porta.
- Ele pegou e falou “e essa dorzinha que você sente aqui?” E já veio e colocou a mão no meu seio. Ai eu peguei e falei pra ele, “mas eu não sinto dor nenhuma no meu peito”, e ai ele falou: sente sim e foi ai que ele começou a me abraçar, me beijar pescoço, na boca, desceu a mão e começou a passar em mim. E ele falava assim “olha nos meus olhos, olha para os meus olhos. E ai fui ficando muito nervosa e não conseguia sair dele.
Ela disse ainda que Bertoni ameaçou até matar o marido dela.
- Ele fez a proposta para eu largar do meu marido, que ele ia me dar tudo. [Que eu] abandonasse tudo, que ele ia cuidar de mim.
Assustada, ela fugiu para nunca mais voltar.
- Eu dediquei 35 anos da minha vida a ele; precisava de ajuda espiritual, oração. Poxa vamos te ajudar… Ele quis abusar de mim, sabe…

Justiça
A promotora do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público) Sandra Rodrigues de Oliveira afirmou que muitas mulheres passaram “anos, anos se consumindo porque tinham tido uma relação sexual. Acreditavam que ele era um santo, mas algo ali, no inconsciente, ficava trabalhando, e muitos anos depois algumas conseguiram revelar para algum familiar”.
Uma outra vítima, que não quis se identificar porque o marido ainda não sabe dos detalhes do que aconteceu entre ela e Bertoni, afirmou que ele revelou sua intenção de ter uma relação com ela.
- Que eu estava com um problema no útero, que eu estava com câncer, que eu tinha uma doença e que ele precisava fazer isso, que eu ia ser curada.
Ela disse que acreditou estar mesmo doente e por isso os encontros continuaram. Em um deles, ele quis fazer sexo oral. Ela repete o que ele teria dito: “Se você tem problema, eu vou ter que fazer isso com você. Que eu vou soltar algo que vai te curar”.
O abuso foi tanto que ela desconfiou, fez um exame e não encontrou nada. Ela abandonou a seita, mas até hoje é perseguida pelas lembranças perturbadoras.
fonte.noticiascristas.com

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M. Rocha