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"Não basta fazer coisas boas. É preciso fazê-las bem.!"

24/03/2011

Três Falhas na Visão da Igreja Moderna sobre a Pessoa de Deus

Falha 1 - O DIABÓLICO DESEJO DE QUERER MANDAR EM DEUS - O Deus Sujeito.
É comum vermos em nossos dias uma verdadeira confusão com relação a doutrina da Soberania de Deus dentro das igrejas modernas. Logo na abertura de alguns cultos evangélicos hoje, especialmente neopentecostais, têm visto uma forma arrogante de se relacionar com o Senhor. Suas reuniões, cultos, iniciam-se com frases do tipo: “Eu determino...”, “Eu declaro...”, “Eu ordeno...”, e outras frases de orações que têm virado rotina não só na abertura, mas no meio e no final do culto também.



Não acredito que aqueles que se denominam “evangélicos” (embora esse termo esteja desgastado) e têm essa louca mania de querer mandar em Deus o façam tendo noção do erro que cometem. Essa maneira errada de tratar com o Deus soberano, para eles, é uma tentativa de buscar uma maior intimidade e comunhão com o Senhor. Crêem, de fato, que Deus está obrigado aos homens, o que nada mais é senão, um absurdo (e diabólico) desejo de querer mandar no Soberano Deus do Universo.
É interessante analisar que toda a estrutura do animismo, espiritismo, feitiçaria e satanismo é baseada na busca de controlar, manipular, domesticar as forças sobrenaturais. É exatamente isso que um ser humano qualquer pode encontrar numa igreja neopentecostal e outras pentecostais e tradicionais que têm cedido a essa heresia. Interessante notar que a feitiçaria tenta manipular as realidades passadas, presentes e futuras. Interessante também é notar que esta prática que reduz o Senhor a um Deus Não-Soberano, tenta manipular as realidades presentes, passadas, e futuras. Todos sabemos o que Deus acha da feitiçaria (Ex 22.18; Lv 19.31; Dt 18.10; Is 47.9; Na 3.4; Gl 5:20; Ap 9:21, 18.23; 22.15) e, ainda mais, o que ela revela no relacionamento com Deus: rebeldia (1 Sm 15.23a).
Dentre os texto destorcidos que os adeptos dessa prática usam encontra-se João 14.13-14, um dos favoritos deles: “E farei tudo o que pedirdes em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei ”. Para esse grupo, palavras como pedir, rogar e suplicar são a mesma coisa que “exigir, decretar, determinar e reivindicar”. Temos um problema então, com a palavra pedir . Em grego há duas palavras para pedir: aijtevw e ejrwtavw:
• aijtevw: trata-se de uma forma de pedir feita por alguém que está em posição inferior a daquele a quem o pedido é feito (como um filho pedindo ao pai);

• ejrwtavw: trata-se de uma forma de pedir na qual aquele que suplica está em pé de igualdade com aquele a quem o pedido é feito.Agora, olhando para as Escritura, veremos que o Senhor Jesus só usava ejrwtavw para fazer um pedido ao Pai. Quando, também, em Lucas 14:32 ejrwtavw é usado, lemos que um rei estava fazendo um pedido a um outro rei. Porém, quando é num sentido vertical de relacionamento (ex. seres humanos e Deus) a palavra usada é aijtevw , como no texto acima citado (Jo 14.13-14).
Por isso, se a atitude dessa “evangélicos” estivesse correta, Deus já estaria destronado. Dizer, crer, e até se atrever a orar pensando que as palavras podem mudar o destino do homem, ou a sucessão de fatos, ou qualquer outra coisa que seja, é tornar o Deus Soberano, Supremo, sujeito à vontade humana, à vontade pervertida de suas criaturas (Deus deixaria de ser o Supremo governador de tudo).

Falha 2 - O DIABÓLICO DESEJO DE QUERER NEGOCIAR COM DEUS - O Deus Cambista.
É interessante notar que a denominação que mais tem crescido no Brasil, talvez no mundo, seja uma com um princípio tão herético e sutil. A ênfase dessa doutrina está no ter e não no ser . A Teologia da Prosperidade tem se proposto a buscar um Deus cuja personalidade se parece com a de Exus, demônios do Espiritismo que necessitam de uma oferenda (ou oferta) para realizarem algo na vida daqueles que os buscam. Esse Deus é um Deus cambista que vive fazendo trocas com “seu” povo. Essa falha da igreja moderna sobre a Pessoa de Deus tem como princípios: 1) a crença de que Deus nunca diz não a seus filhos; 2) que só se pode orar uma vez (sendo duas a demonstração de falta de fé); 3) que o sofrimento é sinal de falta de fé; e 4) afirma que pobreza não combina com nossa posição de filhos do Rei.
Nessas igreja não se ouve sobre: arrependimento, pecado, salvação pela fé em Cristo, ou santidade. O assunto que interessa, como diz o cântico, é: “Dê, e Deus te devolver! Então dê, dê ao Senhor”. Além das músicas, as pregações levam o povo a pensar somente em um futuro financeiro bem sucedido que virá, é lógico, mediante a uma desafiadora contribuição (um “sacrifício” como eles gostam de chamar). Além das músicas e pregações, são feitos testemunhos para reforçar o que os pastores e músicos já pregaram e cantara, respectivamente.
A crença e pregação dessa doutrina é muito nociva e muito perigosa para a igreja brasileira. Traz uma expectativa errada de Deus, além de, como já disse, apresentar uma visão distorcida de Deus e Sua Pessoa.
Segundo 1 Tm 6.3-8 não é certo buscarmos a Deus visando a obtenção de bênçãos espirituais. Podemos ter melhor exemplo do erro dessa teologia do que o que é lido em Jo 6.26,27 quando o Senhor Jesus censura homens e mulheres que estavam O buscando somente pelo pão e peixe que Ele havia multiplicado e dos quais aquelas pessoas puderam desfrutar. A motivação em algumas “igrejas” modernas permanece a mesma que a daqueles que achegaram-se a Cristo, e é interessante que a visão sobre Cristo também permanece a mesma: alguém em quem pode-se encontrar bênçãos materiais. A diferença é que hoje os pastores exigem que os fiéis têm que dar algo para que o “Deus Cambista” possa ele então, devolv para o fiél de forma dupla, tripla, quíntupla (o que depende do valor da oferta apresentada à “igreja” por aquele irmão, às vezes, cheio de boas intenções).
Deus não é um cambista nem um negociador. Ele tem um propósito eterno que é a Sua glória. Não se arrepende e não muda, e, por mais que alguém tenha a fé para mover uma montanha, se o mover daquela montanha não estiver dentro do propósito eterno de Deus, ela não se moverá. E isso não dirá que aquele cristão que orou não tem fé, mas, que Deus, dentro de Seu eterno propósito, não pré-escreveu que aquilo traria glória a Ele naquele momento.

Falha 3 - O DIABÓLICO DESEJO DE QUERER QUE DEUS “PESE A MÃO”- O Deus xerife.
Há um número grande de cristãos na igreja evangélica atual, embora essa prática era mais encontrada antigamente, que crêem numa teologia de que “Deus vai pesar a mão”. Para tais cristãos, sobretudo das igreja neopentecostais, Deus deu a eles o poder de “pisar” naqueles que são contrários a suas idéias.
Tais homens e mulheres não têm noção do que é desenvolver um relacionamento saudável e feliz com Deus. Vivem fascinados por um Deus xerife, apavorados pelos mistérios desse Deus. Essa forma de pensar em um Deus que “Deus pesa a mão” é uma forma, no mínimo, muito esquisita de falar sobre o juízo divino . É estranho a tudo o que é ensinado por Jesus no Novo Testamento.
Lideranças de igrejas que têm medo de possíveis questionamentos levantados por cristãos de Sua comunidade têm lançado essa afirmativa Deus pesa a mão . Essas palavras tornaram-se uma arma de defesa (e também ataque) para líderes, e consequentemente, fiéis que não se permitem questionar. Essas mesmas palavras têm se tornado um açoite para os cristão incautos e ignorantes que se sentem torturados pela culpa de um pecado.
Essas palavras não se tratam somente de um julgamento frio, inumano e raso, mas constituem-se no mais perverso meio de tortura psicológica imposta sobre os que já vivem o drama angustiante da culpa por verem a Deus como um xerife.
Deus não é um Xerife Patrulheiro à caça de pecadores, nem está ligando para “ordens” de Suas criaturas que reivindicam (ou melhor, ordenam) o Seu juízo contra alguém.
Vejamos algo sobre o Juízo de Deus. A justiça é a execução da retidão, segundo Bancroft. A Justiça, ou Juízo de Deus, é a execução de penalidades impostas nas Escrituras. Essa é a Santo Justiça pois traz em si a clara idéia do ódio contra o pecado, o que acaba resultando numa indignação que o leva a ser justo (Sf 3.5; Dt 32.4; Sl 11.4-7; Dn 9.12-14).
Segundo o texto Hebreus 12.6: “Deus corrige ao que ama”, a idéia do castigo (do Pesar a mão de Deus ) é contrária ao espírito da graça do Novo Testamento. É certo que o Deus do Novo Testamento, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, não castiga os que lhe desobedecem tentando lhe obedecer, porém a expectativa da disciplina recai sobre os que desobedecem-desobedecendo . Só o temor de alguém em pensar estar desobedecendo, já prova que este é um servo obediente (muito embora essa obediência seja motivada pelo medo e não pelo amor). Concluindo, Deus não deseja que o obedeçamos somente deixando de fazer aquilo que é errado, mas fazendo o que é certo. Afinal, Deus é Justo e Gracioso.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 1999.
HODGE, Charles. Teologia Sistemática . 1. ed. São Paulo: Hagnos, 2001.
DAGG, John L. Manual de Teologia . 2. ed. São José dos Campos: Fiel, 1998.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática . 1. ed. São Paulo: Hagnos, 2003.
GRANCONATO, Marcos Mendes. A Prática da Igreja de Deus : A fé e o funcionamento da Igreja Bíblica. 1. ed. São Paulo: Atis Produção Editorial, 2002.
LIMA, Paulo César. O que está por trás do G-12 : o que é, suas doutrinas, seus métodos, o que pretende. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
HUNT, Dave e McMAHON, T.A. A Sedução do Cristianismo . 2. ed. Porto Alegre: Obra Missionária Chamada da Meia-Noite, 1999
PINK, A.W. Deus é Soberano . 5. ed. São José dos Campos: Fiel, 2002.

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M. Rocha