No bairro da ortografia os meninos encontraram uma dama de origem grega, que tomava conta de tudo.
- Bom dia, minha senhora! – disse Quindim fazendo uma saudação de cabeça muito desajeitada. – Trago aqui sobre o meu lombo dois meninos e uma boneca, que desejam conhecer a vida deste bairro.
- Às ordens! – exclamou a grega. – Desçam e venham ver como lido com letras, na formação das palavras.
(…)
Narizinho teve a idéia de inquirir por que motivo ela se chamava Ortografia.
- Meu nome é grego e formado de duas palavras gregas _ Orthos e Graphia. Orthos quer dizer “correta” e Graphia quer dizer “escrita”. Sou, portanto, a Escrita Correta, ou a que ensina a escrever corretamente.
(…)
Em seguida, falou de sua vida ali.
- Antigamente o sistema de escrever as palavras era o Sistema Etimológico, o qual mandava escrevê-las de acordo com a origem. Isso trazia muitas dificuldades. Por esse sistema, a palavra Cisma, por exemplo, escrevia-se Scisma, com uma letra inútil, mas justificada pela origem. Ditongo escrevia-se Diphtongo. De modo que havia uma enorme trabalheira entre os homens para decorar a forma correta das palavras.
(Monteiro Lobato. Emília no país da gramática)
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M. Rocha