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"Não basta fazer coisas boas. É preciso fazê-las bem.!"

05/10/2010

Rute





A comovente história de Rute, que dá o título a este opúsculo, é um idílio pela suavidade e pelo ambiente campestre; um pequeno drama pela variedade e vivacidade das cenas. Apenas um terço de todo o livro pertence ao gênero narrativo, sendo o resto, diálogo.

Os quatro capítulos em que se costuma dividi-lo são como quatro atos no drama; podemos assim resumi-los:

1. Em companhia da sogra que volta à pátria. Rute, jovem moabita, viúva sem filhos, de um hebreu que emigrara de Belém, não abandona a sogra que, depois da morte do marido e dos filhos, deseja voltar ao torrão natal.

2. A respigadura.. Para o sustento próprio e o da sogra, Rute vai respigar atrás dos segadores, conquistando com os seus encantos e suas virtudes a afeição de Booz, rico proprietário, parente de seu sogro.

3. A noite passada na eira. Por conselho da sogra, que pensa em casá-la com Booz, Rute passa uma noite junto de Booz na eira da colheita e aproveita a ocasião para lembrar ao mesmo o dever de desposar a viúva do parente falecido sem filhos.

4. As núpcias de Booz com Rute. O convite de Rute agrada a Booz, mas há outro parente com direito de precedência. Superado o obstáculo pela desistência deste parente, Booz desposa Rute, que o torna pai de Obed, de quem nasceu Isaí (Jessé), pai, por sua vez, do grande rei Davi, antepassado do Messias.

Dessa relação com Davi, provém a importância do opúsculo, bem como o seu lugar no cânon, entre Juízes e Samuel, ao primeiro dos quais pertence pela época dos acontecimentos narrados (Rut 1:1), e com o segundo se relaciona pela fundação da dinastia davídica, cf.(1Sam 16) (2Sam 2-8). É aqui, portanto, que as Bíblias gregas e latinas o inserem; os hebreus, antigamente, também o colocavam aqui, e só na Idade Média, devido ao uso litúrgico, foi colocado, juntamente com os outros quatro opúsculos (Cânt, Ecl, Lani, Est), entre os componentes da última das três partes na qual eles dividem os Livros Sagrados.

Além desta importância histórica, Rute oferece numerosos e preciosos ensinamentos. A protagonista é um modelo de, piedade filial, de dócil obediência para com a sogra, de espírito de sacrifício no cumprimento destes seus deveres. Na sua história sobressai o papel da divina Providência que, por caminhos inesperados, premia a virtude de Rute, dando-lhe uma posição social elevada. Além disso, sob o aspecto religioso, é digno de nota como esta estrangeira, que deixa a pátria e os concidadãos para não abandonar a sogra hebréia, não somente é recebida na verdadeira fé para fazer parte do povo de Deus, mas também teve a honra de ser inscrita na genealogia do Messias (Mt 1:5).

O autor de Rute nos é totalmente desconhecido. O tempo em que foi escrito, deve-se deduzir do próprio livro. Sem dúvida correu muito tempo entre os acontecimentos e sua narração (cf. 4:7). A linguagem, afora algumas particularidades, é da boa época da monarquia; o estilo, simples e polido, a beleza da narrativa, a pintura viva dos caracteres e dos costumes colocam Rute entre os melhores modelos de prosa narrativa do Antigo Testamento. Em Rute temos a amenidade da novela unida à singela veracidade histórica.

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M. Rocha