07/10/2010
Ester
É provável que desde o séc. V a.C. (cf. 2 Mac 15-27), os hebreus tenham celebrado a festa chamada "purim," em memória da eliminação do perigo de excídio decretado contra os seus antepassados durante a dominação persa. O livro de Ester narra os fatos que deram origem a essa festa, mostrando a providência especial usada por Deus com o seu povo eleito, naquela ocasião tão crítica.
Duas redações nos chegaram deste livro: a hebraica e a grega dos LXX, com a única diferença, entre si, de que a grega, além da versão fiel do hebraico, contém mais seis seções, que, tomadas em conjunto, igualam a dois terços do livro hebraico.
O rei da Pérsia, sob o qual se desenrolam esses acontecimentos, é chamado Ahasveros no texto hebraico (donde "Assuero" na Vulgata), transcrição imperfeita do nome persa Hsarjarsa, que os gregos transcreveram como Xerxes. A versão grega, ao invés, traz constantemente "Artaxerxes" no livro inteiro. Daqui as divergências em torno da pessoa do rei assim denominado. Hoje, a opinião mais comum e provável sustenta que seja Xérxes I, o qual reinou de 485 a 465 a.C. e é conhecido sobretudo por sua campanha infeliz contra a Grécia. Não perdeu, porém, a sua boa probabilidade a opinião dos antigos, assinaladamente de Eusébio e S. Jerônimo, de que se trata, ao invés, de Artaxerxes II, chamado o Mnemon (405-365 a.C.), que antes de subir ao trono tinha o nome de Arsu (V. PLUTARCO, Vida de Artaxerxes, I), forma abreviada ou carinhosa de Hsajarsu. O caráter efeminado de ambos os monarcas, como no-lo dão a conhecer os escritores profanos, condiz admiravelmente com o que se reflete no livro de Ester.
Ambos entregues aos prazeres, ambos dominados pela influência de cortesãos e de mulheres, as histórias dos seus reinados são tecidas de intrigas, de amores ilícitos e também de, crueldades. Sobre Xerxes veja-se HERÓDOTO, Histórias, IX, 108-110. A respeito de Artaxerxes II, Plutarco, na Vida do mesmo, carrega as tintas sobre a sua moleza e volubilidade e afirma que no seu gineceu sustentava tantas mulheres quantos eram os dias do ano (24:3; 27:1-3; cf. Est 2:1-4). Esta é já uma das provas da verdade histórica do livro. Outras são: o conhecimento exato dos costumes persas, a descrição precisa do palácio real em Susa, confirmada por escavações recentes, a narração cheia de vida, colorido e particularizada, a ausência de todo anacronismo, a reiterada referência aos anais oficiais do reino (2:23; 6:10); o próprio fato da celebração da festa dos purim, desde tempos imemoriais, como foi dito acima, fato que, sem dúvida, deve sua origem a algum evento extraordinário na vida da nação hebraica; e não se tem provas para indicar outro qualquer, a não ser exatamente o que vem narrado neste livro.
Pode-se ter como provável que, sobre um fundo comum, oral ou escrito, foram inicialmente redigidas: a narração hebraica atual e uma redação grega mais ampla; feita depois a tradução grega da narração hebraica, passou ela a ser adotada, inserindo-se as seções excedentes da redação grega, isto é, as seções deuterocanônicas. Assim chegou-se a atual versão grega, ao que parece, por obra do Lisímaco.
No que tange ao gênero literário, já S. Jerônimo notava grande diferença entre as duas redações, hebraica e grega, diferença que tem suas raízes profundas nos costumes estilísticos das respectivas literaturas.
Mas, seja qual for o modo de pensar em torno disso, nenhuma das duas composições do livro de Ester tem por finalidade única recordar a origem da festa de purim, e sim também, e mesmo preponderantemente, mostrar os cuidados que Deus teve por seu povo naquele terrível transe da sua história sob a dominação persa; e bastaria isso, sem dúvida, para levar-nos a apreciá-lo altamente.
Costuma-se lamentar sobre o livro o nacionalismo acanhado dos protagonistas hebreus e a sua dureza para com os adversários. Decerto, os seus sentimentos e atos estão assaz afastados da abertura de coração e mansidão do espírito cristão. Mas, cumpre julgar os homens pelo seu tempo. Em todas as épocas, até nos tempos modernos, acontecem casos de crueldades incompreensíveis.
Graduado em Gestão de Recursos Humanos pela FAM (Faculdade de Americana), sou um profissional dedicado a desenvolver e implementar estratégias eficazes de Recursos Humanos. Minha experiência me permite gerir pessoas de maneira eficiente, promovendo um ambiente de trabalho de alta qualidade e servindo como um agente de transformação nas organizações.
Minha pós-graduação em Docência do Ensino Superior, Teologia, Psicologia Social e Psicologia Organizacional pela Faculdade de Minas (FACUMINAS) ampliou minha compreensão e habilidades, permitindo-me atuar como professor na modalidade EAD (Educação a Distância).
Com uma abordagem pastoral, busco integrar meus conhecimentos teológicos e psicológicos em meu trabalho, promovendo um ambiente de empatia, compreensão e crescimento pessoal. Acredito que, ao nutrir o bem-estar espiritual e emocional dos indivíduos, podemos alcançar resultados mais significativos e duradouros.
Estou sempre buscando oportunidades para aplicar minhas habilidades e experiência em ambientes que valorizam a abordagem humana e pastoral na gestão de pessoas e educação.
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M. Rocha