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"Não basta fazer coisas boas. É preciso fazê-las bem.!"

11/04/2009

É ABSOLUTAMENTE IMPOSSÍVEL NEGAR OS ABSOLUTOS


O ceticismo com relação aos absolutos não é um fenômeno recente. Cerca de 500 anos antes de Cristo, o filósofo grego Heráclito teorizou: "Ninguém entra no mesmo rio duas vezes, pois águas frescas estão sempre correndo nele". Ele argumentou que tudo não passa de um fluxo: nada é permanente e duradouro; nada é imutável senão a própria mudança. O sucessor de Heráclito, Cratilo fez avançar um pouco o argumento. Ele afirmou que ninguém entra no mesmo rio sequer uma vez. Não há absolutamente essência ou substância na vida, apenas movimento. Quando lhe perguntaram se ele existia, Cratilo simplesmente balançou o dedo, indicando que ele também se encontrava num estado de fluxo constante.

Em épocas mais recentes, duas influências apoiaram a opinião de que vivemos num vácuo moral, sem absolutos. Os antropólogos concluíram que muito poucos comportamentos humanos, se é que existe algum, são considerados errados por todos em toda parte. Roubar, mentir, enganar e trair são coisas consideradas erradas pela maioria das culturas, mas exceções foram observadas e comunicadas. Até mesmo tabus morais de longa data, tais como assassinato e incesto, são considerados certos por algumas tribos. Dificilmente algo aceito como errado por um grupo de pessoas não é aceito da mesma forma como certo por outro grupo. Acrescente a este relativismo aparentemente cultural a relatividade científica do tempo e do espaço proposta por Albert Einstein, e é fácil compreender por que as pessoas hoje se opõem à idéia dos absolutos universais.

A negação de que qualquer comportamento é absolutamente certo ou errado por si mesmo também fica evidente na ampla aceitação da ética situacionista, popularizado por Joseph Fletcher nos anos 70. Para Fletcher, a moral não era estática, mas relativa a cada situação. Ele ensinou aos seus discípulos: "Em cada situação moral, faça o que o amor ditar". Parece maravilhoso, não é? Todavia, na mente de Fletcher, agir com amor não era algo absoluto, mas relativo. Ele explicou que, em certas situações, o adultério é a resposta amorosa e roubar é o bem maior. Até matar pode ser justificado em certas circunstâncias, segundo Fletcher. Nenhum ato é intrínseca e absolutamente certo ou errado para todas as pessoas, em todo tempo e em todas as circunstâncias. A moralidade pessoal é mais semelhante ao barro molhado do que ao mármore; ela está sujeita a ser moldada e talhada pala ajustar-se a cada ocasião.

Grande parte da sociedade atual, de acordo com as descobertas antropológicas e a ética situacionista, concorda em que não existem absolutos morais para governar o comportamento humano. Todavia, há uma inconsistência sutil e reveladora em tal negativa. Não é possível negar os absolutos sem usar um absoluto. É como dizer: "Nunca use a palavra nunca" ou '"É sempre errado dizer sempre". Quando alguém insiste em que os absolutos não existem, essa pessoa admite involuntariamente pelo menos um deles! Na verdade, não há meios de evitar os absolutos.

Até Heráclito reconheceu a existência de uma lei imutável – que ele chamou de logos – subjacente ao fluxo constante da vida. Einstein reconheceu que nem todas as coisas podem ser relativas. Ele pressupõe o Espírito (Deus) absoluto, com respeito ao qual tudo mais é relativo. Afinal de contas, não faz sentido dizer que A é relativo a B e C é relativo a D, a não ser que haja um padrão com respeito ao qual A, B, C e D são todos relativos. A mudança absoluta não é mais possível do que levantar a Terra no espaço usando uma tábua e um suporte. Até a mudança é impossível a não ser que exista uma base imutável em relação à qual essa mudança possa ser medida.

O dilema do relativista pode ser ilustrado por uma das histórias de Winnie the Pooh. Winnie, o ursinho encantador, tem um apetite voraz que o leva à porta do Coelho para obter comida. Quando Winnie bate, o Coelho, que não pretende alimentar o urso, grita: "Não há ninguém em casa". Q sábio Winnie responde: "Deve haver alguém em casa, senão não se poderia dizer: 'Não há ninguém'."

Winnie está certo. O Coelho não pode negar a sua presença, a não ser que esteja presente para negá-la. Do mesmo modo, os que negam a existência das absolutos não podem afirmar que todas as coisas são relativas a não ser que haja algum ponto imutável sobre o qual sua afirmação possa apoiar-se. É insensato dizer que tudo é relativo, quando não se permite que até essa posição seja também relativa. Na verdade, o relativista está firmado no pináculo do seu absoluto, a fim de declarar que tudo mais é relativo

Título do original em inglês:

LOVE IS ALWAYS RIGHT   © 1996 de Josh McDowell e Norman Geisler 

3 comentários:

  1. Belo artigo!

    Bem reflexivo!

    Parabéns pelo post!

    Abração,

    Bianabac

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  2. Interessante esta reflexão. Fiquei "absolutamente relativa".

    Um abraço e Boa Páscoa.

    Joana

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  3. Parabéns pelo artigo.
    Esse artigo me fez lembrar da música do raul Seixas, que dizia que ele preferia ser uma metarmofose ambulante do que ter aquela velha opinião sobre tudo.

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